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Tipos de Dados

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Na base de qualquer processo de análise de dados está o entendimento dos diferentes tipos de dados com os quais se pode trabalhar. Esse conhecimento permite ao gestor ou analista escolher as melhores abordagens para coletar, organizar e interpretar as informações disponíveis. Compreender as classificações de dados é uma habilidade essencial para a tomada de decisões mais fundamentadas e eficazes nas organizações.

Uma das primeiras divisões que se faz ao categorizar dados é entre dados qualitativos e dados quantitativos. Os dados qualitativos são aqueles que expressam qualidades, características ou opiniões. Eles não são representados por números, mas por descrições, categorias ou percepções. São amplamente usados quando se quer compreender o comportamento de clientes, colaboradores ou outros agentes envolvidos nos processos organizacionais.

Por exemplo, imagine uma empresa que deseje entender por que seus clientes deixaram de comprar determinado produto. Ela pode aplicar um questionário em que os consumidores descrevam suas experiências. As respostas como “produto de baixa qualidade” ou “entrega atrasada” são dados qualitativos que ajudam a entender as razões subjetivas por trás do comportamento de consumo. Embora não possam ser tratados com fórmulas matemáticas, são extremamente valiosos para decisões estratégicas.

Em contraste, os dados quantitativos são representados numericamente. São utilizados para mensurar fenômenos e permitir análises estatísticas. Quantidade de vendas, tempo médio de atendimento e percentual de crescimento são exemplos clássicos desse tipo de dado. Por serem mensuráveis, permitem a criação de indicadores e gráficos que ajudam na comparação de resultados e na identificação de padrões.

Ao analisar uma situação empresarial, é comum que os dois tipos de dados — qualitativos e quantitativos — sejam combinados. Um exemplo prático seria uma pesquisa de satisfação em que o cliente atribui uma nota de 1 a 10 ao atendimento (dado quantitativo) e também comenta sobre o que achou do serviço (dado qualitativo). Essa combinação oferece uma visão mais completa do cenário.

Outro eixo importante na classificação dos dados é entender se eles são primários ou secundários. Os dados primários são aqueles obtidos diretamente pela empresa ou pesquisador para responder a uma pergunta específica. Eles são mais personalizados e adequados ao objetivo da análise, mas exigem mais tempo e recursos para sua coleta. Questionários, entrevistas e testes de produto são exemplos de fontes primárias.

Já os dados secundários são aqueles que foram coletados previamente por outras instituições, como órgãos públicos, associações setoriais ou empresas de pesquisa. Embora possam não se adequar perfeitamente à situação específica de uma empresa, os dados secundários costumam ser mais acessíveis e abrangentes. Exemplos incluem relatórios do IBGE, dados do SEBRAE ou estatísticas disponíveis em sites oficiais.

Saber a origem dos dados ajuda a avaliar sua confiabilidade e relevância. Dados secundários desatualizados, por exemplo, podem comprometer uma decisão estratégica. Por outro lado, dados primários mal coletados, com questionários mal elaborados ou amostras não representativas, também podem gerar conclusões equivocadas. Por isso, o senso crítico sobre a fonte e a qualidade dos dados é tão importante quanto a análise em si.

No contexto empresarial, há diversas fontes comuns de dados. Entre as principais estão os sistemas internos das empresas, como ERPs e CRMs. Esses sistemas armazenam informações sobre vendas, estoque, clientes e finanças, oferecendo dados em tempo real que podem ser cruzados para gerar insights. São fontes ricas, pois refletem diretamente a operação da organização.

Além dos sistemas internos, muitas empresas recorrem a pesquisas internas, como avaliações de desempenho, formulários de feedback ou enquetes entre funcionários e clientes. As redes sociais também surgem como fonte relevante, com dados sobre a percepção da marca, engajamento dos consumidores e análise de sentimentos. Hoje, ferramentas específicas permitem mapear padrões a partir de interações online.

Outras fontes relevantes incluem observações diretas dos processos de trabalho, relatórios de fornecedores, dados de concorrentes ou informações de mercado obtidas em feiras e eventos. A coleta e o uso consciente dessas informações permitem que a empresa conheça melhor seu ambiente interno e externo, adotando decisões mais estratégicas e menos baseadas em suposições.

Em resumo, compreender os tipos de dados (qualitativos e quantitativos), sua origem (primária ou secundária) e suas principais fontes dentro e fora da organização é um passo fundamental no processo de análise. Essa base conceitual garante que a interpretação dos dados seja feita com maior clareza, responsabilidade e foco em resultados. Mais do que números, os dados — quando bem utilizados — revelam padrões, comportamentos e oportunidades para inovar e melhorar os processos organizacionais.