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Tipos de Intraempreendedorismo e cases de sucesso - Material base 2

Condições de conclusão

Tipos de intraempreendedorismo

Dentro deste conceito, devemos destacar dois tipos principais de intraempreendedorismo: de valor agregado e spin-off.

Enquanto o primeiro está diretamente relacionado ao core business (foco do negócio) da companhia e visa melhorias em relação a alguma área ou competência que já existe, o segundo se conecta com a inovação externa, prospectando ideias fora do escopo da companhia.


Intraempreendedorismo de valor agregado

É o que preza pela inovação ligada ao negócio principal da organização. Como o próprio nome indica, o intraempreendedorismo de valor agregado gera crescimento ao trazer soluções inovadoras para problemas que não eram seu foco inicial.

Questões não prioritárias mas que estão dentro do campo de atuação de uma instituição têm um grande potencial intraempreendedor.

Atual sócio da aceleradora Y Combinator e 23º colaborador do Google, Paul Buchheit é responsável por um dos exemplos de intraempreendedorismo mais conhecidos do mundo. Foi dele a iniciativa de desenvolver o Gmail para uso interno dos funcionários do Google, ainda no início dos anos 2000. Seu objetivo era criar uma plataforma com mais espaço de armazenamento e uma interface mais amigável do que as disponíveis nos serviços de e-mail da época.

Poucos anos depois o Gmail foi lançado para o grande público, e não demorou para se tornar um must have tanto para o uso corporativo quanto pessoal. Em 2020, o Gmail contava com mais de 1,8 bilhão de usuários ativos em todo o mundo, dominando mais de 40% do market share no segmento, de acordo com dados do Find Stack.


Intraempreendedorismo spin-off

Diferentemente do anterior, o spin-off abrange as ideias que se afastam da área de atuação principal da corporação. Seja pela saturação de um mercado ou pelo desejo de explorar novas oportunidades, esse movimento de ruptura pode levar a inovações inesperadas, como foi o caso da Sony Computer Entertainment.

Até o início dos anos 90, a Sony não tinha presença no setor de jogos eletrônicos – um mercado amplamente dominado pela Nintendo. No entanto, Ken Kutaragi, um engenheiro visionário da divisão de pesquisas da Sony, enxergou o potencial nesse segmento.

Inicialmente envolvido no desenvolvimento de câmeras digitais, Kutaragi foi impulsionado por sua paixão por games para trabalhar, de forma independente, na criação de um chip de som para a Nintendo. Essa iniciativa quase lhe custou o emprego, mas, ao invés de ser demitido, o engenheiro conseguiu convencer a diretoria da Sony a apostar no mercado de jogos. Com apoio da liderança da empresa, ele encabeçou a criação do que se tornaria uma revolução no entretenimento digital: o primeiro console PlayStation, lançado em 1994.

O sucesso do PlayStation transformou não apenas o mercado de games, mas também a trajetória da Sony. Hoje, com a linha já em sua quinta geração, o PlayStation representa 27% da receita da empresa, gerando mais de 25 bilhões de dólares por ano. Uma história de intraempreendedorismo que começou com uma ideia audaciosa e terminou redefinindo os limites do que a Sony poderia ser.

Dona do console mais vendido da história – o Playstation 2 –, a companhia não investia no mercado de jogos eletrônicos até o início dos anos 90. À época, a Nintendo era dominante no setor.


Abaixo outros exemplos de intraempreendedorismo bem sucedidos:

1. Dreamworks, Kung Fu Panda e o programa de ideias para novas produções


Uma das mais icônicas produtoras de Hollywood, a DreamWorks, é também um exemplo brilhante de como o intraempreendedorismo pode impulsionar a criatividade e gerar sucessos globais. Filmes como Madagascar e Kung Fu Panda só chegaram às telas graças à iniciativa da empresa de criar um ambiente que encoraja seus colaboradores a contribuir com novas ideias de roteiro.

Ao abrir espaço para que talentos internos compartilhassem suas visões, a DreamWorks transformou a inovação em um processo colaborativo, permitindo que histórias originais, muitas vezes improváveis, ganhassem vida e cativassem audiências no mundo inteiro.


2. Facebook e o botão “curtir”


Hoje, já é impossível não pensar em “curtir” como um sinônimo das redes sociais. No entanto, esse recurso não surgiu junto ao nascimento do Facebook.

A ideia de um botão para que as pessoas pudessem curtir postagens despontou em um hackaton do Facebook. Originalmente como protótipo, foi nomeado como “Awesome Button” e trazido à tona por colaboradores da companhia em um programa interno de ideias.

Além disso, no panorama atual, o Like não se restringe apenas ao Facebook. Todas as outras plataformas de rede social, dos mais diferentes tipos, contam com a famosa “curtida”.


3. McDonald’s e o McLanche Feliz


Ícone da infância dos millennials, o McLanche Feliz é uma iniciativa de um gerente regional de uma unidade da cidade de Saint Louis, Minnesota, nos Estados Unidos.

Muito antes de a rede de fast-food se tornar uma marca global, Dick Brams sugeriu um produto apenas para crianças e começou a vendê-lo em sua unidade. Dois anos depois, em 1979, toda a rede começou a comercializar o kit.

Em 2017, foram mais de 3,2 milhões de McLanches Feliz vendidos por dia em todo o mundo, gerando uma receita superior a U$3 bilhões para o McDonald ‘s ao longo daquele ano.