
Ao longo das nossas aulas, falamos bastante sobre inovação, sobre como ela move empresas, mercados e até transforma a sociedade. Pensando nisso, hoje vamos aprofundar esse tema, conectando-o diretamente com o empreendedorismo e os modelos de negócios inovadores. Para isso, escolhi três filmes que retratam histórias de empreendedores que enxergaram oportunidades, quebraram padrões e mudaram o rumo de seus mercados: Fome de Poder, que conta a trajetória do McDonald's sob a liderança de Ray Kroc; A Rede Social, que mostra o surgimento do Facebook e os desafios enfrentados por Mark Zuckerberg; e Steve Jobs – O Filme, que mergulha nos bastidores da criação da Apple e nas decisões ousadas de seu fundador.
Mas antes de assistirmos aos filmes, é fundamental refletirmos sobre alguns conceitos essenciais que ajudam a entender o que é, de fato, empreender. Empreendedorismo não é simplesmente abrir uma empresa. É, acima de tudo, a capacidade de identificar problemas, enxergar oportunidades e criar soluções que gerem valor, seja na forma de produtos, serviços ou até de impacto social. Existem diferentes formas de empreender. O empreendedorismo tradicional, por exemplo, é aquele que estamos acostumados a ver nas empresas físicas, como lojas, restaurantes, salões de beleza e diversos tipos de comércio ou serviço. Já o empreendedorismo social surge com o propósito de resolver problemas da sociedade, trazendo impacto positivo para comunidades, meio ambiente ou causas sociais, além de retorno financeiro. O empreendedorismo digital, por sua vez, nasceu com a força da tecnologia e da internet, e hoje representa negócios baseados em aplicativos, plataformas e redes sociais. E há também o chamado empreendedorismo corporativo, ou intraempreendedorismo, que acontece quando pessoas empreendem dentro das empresas onde trabalham, criando inovações, novos processos ou soluções que geram valor sem necessariamente serem donos do negócio.
É importante também entender a diferença entre empreendedor e empresário. O empresário é aquele que administra um negócio, gerencia pessoas, finanças e processos. Já o empreendedor carrega uma mentalidade que vai além: ele é movido pela inovação, pela busca constante de oportunidades e pela vontade de transformar. Nem todo empresário é empreendedor no sentido inovador, assim como muitos empreendedores começam projetos que nem sempre se consolidam como empresas, mas geram impacto significativo.
O perfil do empreendedor é marcado por algumas características muito comuns. Pessoas empreendedoras geralmente são proativas, ou seja, não esperam que as coisas aconteçam, elas fazem acontecer. Também são resilientes, lidam com frustrações, erros e dificuldades, aprendendo com cada desafio. Criatividade é outro traço essencial, pois é ela que permite enxergar soluções diferentes para problemas comuns. A liderança também se faz presente, pois empreender muitas vezes envolve mobilizar pessoas, formar equipes e conduzir projetos. Ter visão de futuro, saber para onde se quer ir e antecipar tendências é fundamental. Além disso, o empreendedor precisa saber lidar com riscos, analisando cenários, avaliando possibilidades e tomando decisões, mesmo quando não há garantias de sucesso. Tudo isso compõe aquilo que chamamos de mentalidade empreendedora — uma forma de pensar e agir, que está sempre voltada à solução, à melhoria e à transformação.
Quando olhamos para os tipos de empreendedorismo, percebemos que ele pode nascer de dois caminhos bem diferentes. Há o empreendedorismo de oportunidade, quando alguém enxerga uma chance de inovar, de atender uma demanda ou de criar algo novo no mercado. E há o empreendedorismo por necessidade, que acontece quando, muitas vezes diante da falta de emprego ou de alternativas, a pessoa decide empreender como uma forma de garantir sua própria renda. Além disso, como já falamos, existem aqueles que optam por empreender no meio digital, usando a tecnologia como plataforma, e aqueles que desenvolvem negócios com foco no impacto social. Também não podemos esquecer do intraempreendedorismo, que é quando pessoas assumem uma postura empreendedora dentro das empresas, trazendo melhorias, inovação e transformação para os lugares onde trabalham.
Empreender não é apenas ter uma ideia. Existe um processo que ajuda a transformar uma boa ideia em um negócio de verdade. Tudo começa pela geração de ideias, que normalmente surge da percepção de um problema, de uma dor, de uma necessidade não atendida ou de uma oportunidade no mercado. Depois, é fundamental validar essa ideia, entender se aquele problema realmente existe, se a solução proposta faz sentido e se há um público disposto a pagar por isso. Na sequência, entra a etapa de prototipagem e testes, onde o empreendedor desenvolve uma versão inicial da sua solução, seja um produto, um serviço ou até um modelo, para avaliar como o mercado reage. Com os testes feitos e os ajustes realizados, parte-se para a modelagem do negócio, que significa estruturar como essa ideia vai se transformar em uma empresa: quem serão os clientes, quais são as fontes de receita, quais serão os canais de vendas, quais atividades são fundamentais e quais parceiros serão necessários. Por fim, chega o momento de planejar e executar, ou seja, colocar a mão na massa, organizar os processos, investir e começar a operar, sabendo que ajustes e melhorias serão constantes ao longo do caminho.
Aqui entra um conceito muito importante para qualquer empreendedor, que é o modelo de negócio. O modelo de negócio é, basicamente, a forma como uma empresa cria, entrega e captura valor. É entender claramente o que a empresa oferece, para quem, como entrega essa proposta e de que forma isso gera retorno financeiro. Ter clareza sobre isso é essencial para tomar boas decisões, evitar desperdícios e aumentar as chances de sucesso. E é fundamental diferenciar modelo de negócio de plano de negócios. Enquanto o modelo de negócio é um mapa simples, prático e visual — como, por exemplo, o Canvas —, que mostra como o negócio funciona, o plano de negócios é um documento muito mais detalhado, com análise de mercado, projeções financeiras, estratégias de marketing e planejamento operacional.
Por fim, não dá para falar de empreendedorismo sem falar de inovação. A inovação não é um luxo, é uma estratégia de sobrevivência e crescimento no mundo atual. Ela pode se manifestar de diversas formas: na criação de novos produtos, na melhoria de processos, na transformação do próprio modelo de negócio ou até na forma como se entrega valor para o cliente, criando experiências mais satisfatórias e surpreendentes. As empresas que possuem uma cultura de inovação estimulam seus colaboradores a pensar diferente, a testar ideias, a não ter medo de errar e a buscar, constantemente, maneiras de melhorar. E essa cultura não nasce do acaso — ela é construída, incentivada e valorizada.
É sobre tudo isso que falam, de formas diferentes, os filmes a seguir. A proposta é que vocês escolham um dos três filmes para assistir e, a partir dele, façam uma análise conectando o que foi discutido hoje. No texto que vocês receberam, os tópicos-chave estão destacados em negrito, como perfil empreendedor, tipos de empreendedorismo, processo empreendedor, modelo de negócio e inovação como estratégia. A ideia é que, ao assistirem, vocês observem como o personagem principal lida com os desafios, identifica oportunidades, assume riscos, toma decisões e constrói soluções. Prestem atenção em como ele desenvolve características como criatividade, resiliência, visão de futuro e gestão de riscos, além de refletirem sobre qual tipo de empreendedorismo está presente na história e de que forma a inovação foi utilizada como ferramenta para transformar o negócio.